Facebook Metaverse: saiba tudo sobre essa novidade
O Facebook se tornou um gigante das mídias sociais, concentrando as maiores redes do mundo sob a marca. No final de Junho de 2021, um de seus fundadores, Mark Zuckerberg anunciou de modo privado aos seus colaboradores a meta mais ambiciosa até então.
A meta é tão ambiciosa que até mesmo mudou o nome da marca para “Meta”!
Muitas empresas já utilizam a realidade aumentada como ferramenta de promover maior imersão em seus produtos, principalmente na área de videogames. No entanto, a empresa de Cambridge (EUA) planeja criar um universo completo dentro da rede.
Apesar dessa tecnologia já ser real em pequena escala, gera muitas dúvidas mesmo entre profissionais e especialistas. Assim, criamos um conteúdo exclusivo sobre o Facebook Metaverse para que você saiba tudo sobre essa novidade. Confira!
O que é o Metaverse?
Esse termo parece novo, mas existe desde 1992 no livro de ficção científica Snow Crash, e permaneceu assim por um bom tempo, como mera ficção. No entanto, a indústria de games investiu pesado para tornar isso uma realidade.
De acordo com o The New York Times, os gamers já vivem no metaverso, os entusiastas de criptomoedas são os apoiadores mais fervorosos, e os veteranos da internet ainda apresentam alguma resistência.
Metaverse é como uma realidade paralela. É um mundo criado dentro do nosso próprio mundo, unindo uma experiência física, corporal e virtual no ambiente online.
Um dos exemplos de maior sucesso, e também um dos pioneiros, é o game Second Life, desenvolvido em 1999 e lançado em 2003 pela Liden Lab. Nesse jogo, como o próprio nome já diz, é possível viver uma segunda vida, criando um avatar customizável para transitar em ambientes digitais e conversar com outros avatares.
No entanto, a tecnologia não foi bem recepcionada por uma série de razões. Primeiro, as pessoas não se sentiam confiantes para investir nesse mundo, e segundo, as ferramentas não estavam bem desenvolvidas.
Para uma experiência fluida, é necessária uma conexão estável e rápida à internet, e computadores com alto poder de processamento. Em 2003 não era algo comum, e nem o YouTube havia se popularizado ainda. Hoje em dia, até os smartphones já são mais potentes que os hardwares da época.
Pensando nisso, o Facebook decidiu entrar nesse mercado para fazer a diferença.
Rebranding: De Facebook para Meta
O Facebook nasceu oficialmente em 2004 na cidade Cambridge, Massachussets (EUA), portanto, depois de o metaverse ter se tornado uma realidade no mundo dos games, vale nota.
Mark Zuckerberg com seus parceiros, criou uma página online chamada thefacebook.com, o embrião de uma rede social que rodava dentro do campus da universidade, e se tornaria a maior do mundo, atingindo em 2012 a marca de 1 bilhão de usuários ativos.
Se o Facebook fosse um país, seria o mais populoso do planeta, com 1,6 bilhões de habitantes!
Por estratégia de mercado e para reduzir a concorrência, a empresa comprou outras redes, sendo o Instagram a aquisição mais importante e relevante. Logo na sequência, o Whatsapp, queridinho dos brasileiros.
No entanto, nem tudo são maravilhas. A empresa ao longo dos anos vem sendo acusada de utilizar os dados de usuários de maneira antiética para veicular anúncios cada vez mais personalizados. Agora já sabemos que é exatamente dessa maneira que todas as empresas de tecnologia na internet utilizam desse sistema para gerar receita.
Porém, o chamado Facebook Papers foi um escândalo de magnitude colossal, no qual uma ex-funcionária acusou a empresa de não dar a devida atenção aos problemas enfrentados dentro da plataforma, como o algoritmo que impulsiona discurso de ódio e outras práticas.
Em meio a tudo isso, o CEO, Mark Zuckerberg, anunciou a mudança de nome de Facebook para Meta, com o objetivo de “dissociar a imagem da empresa de um único serviço prestado. Hoje em dia a marca é muito maior que apenas a rede social de mesmo nome”.
No entanto, o objetivo também é evidenciar o desenvolvimento do Facebook Metaverse, que iremos explicar em detalhes o que significa.
Facebook Metaverse
Até aqui falamos sobre o reposicionamento da marca, no marketing chamado de rebranding, que indica o desejo de torná-la mais palatável a um público cada vez mais exigente.
Também definimos o metaverse com base no mundo dos games, que é muito mais receptivo às tecnologias de realidade aumentada por sua própria essência. Enquanto as pessoas fora do meio utilizam a tecnologia como ferramenta, os gamers vivem a tecnologia e a utilizam como essencial para a rotina.
De acordo com Zuckerberg, em entrevista à The Verge, o metaverse não tem nada a ver com estar mais conectado à internet. Afinal, quando acordamos já pegamos o celular, verificamos as notificações e nesse ritmo seguimos o dia.
Para o criador, o metaverse é uma maneira de tornar a internet mais “real”. É o objetivo de trazer interações e conexões mais profundas entre as pessoas.
A pandemia de coronavírus demonstrou o quanto o mundo está cada dia mais dependente da tecnologia. Tente contabilizar quantas vezes você assistiu lives, participou de reuniões virtuais ou assistiu aulas a distância nesse período.
Por mais que tentemos normalizar essas interações, sabemos que não é a mesma coisa que o contato humano. O facebook metaverse busca tornar essas relações mais reais e palpáveis.
O CEO da empresa afirma que o Facebook se desenvolveu paralelamente aos smartphones, que são fundamentais na nossa vida. No entanto, não houve tempo para que as empresas se adaptassem à essa realidade. “O ser humano não foi feito para viver em uma grade de aplicativos”, cita na mesma entrevista.
Imagin: você acorda e tem uma reunião super importante na cidade vizinha. Precisa se arrumar muito rápido e pegar o carro ou o ônibus o mais rápido possível.
A proposta da empresa é que, utilizando uma ferramenta de realidade aumentada, você consiga vestir os óculos e entrar direto na sala de reunião, escolhendo uma roupa para o seu avatar dentro do catálogo previamente estabelecido.
Não se trata mais de uma videochamada em que apenas quem fala está na tela e os outros todos em silêncio. De acordo com um vídeo divulgado pela própria empresa, o objetivo é que todos se sentem em torno de uma mesa (virtual) e convivam como se fosse o mundo real.
Horizon: Home and Worlds
Ao vestir o seu capacete de Realidade Virtual, a primeira coisa que irá ver ao acessar o metaverse é a sua casa. Na visão da empresa, no início, haverá uma série de presets para escolher como a sua residência digital.
No entanto, com o tempo, a tecnologia evoluirá para que cada um possa criar o seu próprio espaço personalizado de acordo com aquilo que mais gosta. Ainda, nessa casa será possível reunir os amigos para uma festa, ver filmes, ou até mesmo apenas jogar uma conversa fora. Esse é o Horizons: Home.
Por outro lado, saindo da sua casa, você entra no Horizons World. Aqui, já é uma réplica do mundo como ele é, e quem sabe, com mais alguns detalhes. Imagine você e seus amigos fazendo uma festa no topo do Everest. Hoje em dia é improvável, se não impossível, mas no futuro, pode ser perfeitamente realizável.
Perceba que estamos o tempo todo falando de realidade virtual e pessoas. A visão da empresa para esse novo braço de negócios, é conectar pessoas ainda mais via realidade aumentada. As duas coisas não podem ser dissociadas.
O projeto ainda é muito incipiente para grandes definições sobre o seu uso, mas segundo o criador e maior entusiasta, a privacidade e segurança dos dados serão uma prioridade desde o início da construção do novo mundo.
Será possível bloquear pessoas para impedir a entrada no seu espaço privado, e todos os dados serão criptografados e protegidos com a mais alta tecnologia.
Assim como em casa, podemos nos trancar no quarto quando não queremos conversar com as outras pessoas. O metaverse oferece essa possibilidade com as chamadas bolhas. São espaços privativos para você ficar sozinho e curtir essa realidade paralela.
Metaverse no trabalho
As relações de trabalho mudaram muito nos últimos anos, principalmente depois de 2020. É evidente que por enquanto o mercado ainda não está pronto para trabalhar com capacetes de realidade aumentada, eles ainda são pesados e prejudicam a locomoção.
No entanto, a empresa trabalha no desenvolvimento de hardwares próprios para esse novo ciclo. Um dos exemplos são os óculos Quest 2, a segunda geração de aparelhos para acessar o mundo digital.
No futuro, até o final da década, de acordo com Mark Zuckerberg, as pessoas estarão utilizando esse tipo de equipamento para participar de reuniões com grande naturalidade. Até mesmo será possível que uma reunião presencial conte com hologramas das pessoas que estão à distância.
Sabemos que um dos grandes desafios para as empresas atualmente, é justamente o trabalho híbrido, com parte da equipe presente e outra distante. O Metaverse se propõe a resolver isso, não apenas com um universo paralelo, mas uma integração entre o virtual e o real.
Quanto irá custar o acesso?
A empresa é conhecida por utilizar os dados dos clientes para gerar anúncios altamente segmentados, atingindo audiências muito específicas de acordo com os desejos do contratante.
A própria Meta não possui uma clareza de como se dará o acesso, mas espera que os anúncios continuem sendo o maior motor da rede. Dessa maneira, uma maior quantidade de pessoas poderá acessar, por preços cada vez mais baixos, até chegar o momento em que se torne de graça.
Para os desenvolvedores, já é anunciado que no início os custos serão altos, assim como toda tecnologia recém implantada no mercado. Porém, conforme o movimento de usuários vai aumentando e mais desenvolvedores se interessam, os custos são diluídos e se tornam acessíveis a todos.
Para traçar um paralelo e exemplificar a questão, pense no marketing. Imagine quanto custa implementar uma campanha na televisão, uma ferramenta de alto alcance.
Com o surgimento da internet e a popularização, os anúncios online eram altamente custosos, valendo mais a pena ficar no offline. Porém, as plataformas foram se adaptando e refinando a capacidade de coletar dados, e hoje a receita do Facebook é majoritariamente proveniente de pequenas empresas e negócios locais que usam a plataforma de anúncios.
Projeto Cambria e a realidade aumentada
O Projeto Cambria tem como objetivo levar a realidade aumentada para um nível nunca antes visto. O seu objetivo é criar uma experiência cada vez mais realista e interativa.
É uma clara evolução dos óculos de VR Quest 2, porém, com mais ferramentas, capazes de reproduzir expressões faciais em tempo real. A promessa é, também, tornar a plataforma inclusiva desde o início, inserindo uma ampla gama de tons de pele, tipos de barba e outras características que distinguem as pessoas.
Imagine o seu treino de Yoga, que você acessa pela internet e reproduz na sala o que viu no vídeo. Com o projeto Cambria será possível ver o seu instrutor na sua sala de estar, na sua frente, como se fosse uma pessoa real.
Ainda, no contexto de trabalho, é possível criar uma experiência totalmente integrada. Esse aparelho é capaz de reproduzir todas as ferramentas do Metaverse, enquanto deixa visível o mundo real.
De acordo com o material divulgado pela empresa, você pode pegar uma caneta e fazer uma anotação em uma folha de papel, sem precisar tirar os óculos para isso, ao mesmo tempo que as telas de trabalho “flutuam” na sua frente.
O futuro do próprio universo
Todo esse assunto parece algo muito distante da realidade, digno de filme de ficção científica. No entanto, a tecnologia evolui tão rapidamente que já está se tornando uma realidade.
O grande ponto é a maneira como a sociedade irá aderir a esse serviço. Não será no próximo ano, mas a aposta da empresa é que o uso seja amplamente difundido até o final da década. Para compreender a visão que a própria empresa possui de si mesma, acesse o vídeo da CNECT, onde tudo é apresentado em vídeo, dando um gostinho de como pode ser o futuro do nosso universo e do nosso estilo de vida.
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