Como construir um e-book de qualidade
Para construir um e-book de qualidade é necessário planejamento. Isso porque são muitos os elementos que compõem um e-book, e todos devem ser feitos com cuidado para garantir o resultado almejado.
Se o objetivo do e-book é gerar leads ou outro relacionado ao seu negócio, devemos sempre construir o conteúdo tendo com o público em mente. Nesse caso, não devemos criá-lo como queremos, de acordo com nosso próprio gosto. O objetivo é atrair o público.
Por isso, criamos esse guia para você saber todos os fatores que são importantes para construir um e-book de qualidade. Leia atentamente e comece criar o seu.
1. Escolha do tema
A escolha do tema é o primeiro passo para criar um e-book de qualidade. Afinal, sem um tema definido tudo seria uma bagunça, certo? O que temos que pensar aqui é como o público irá usufruir do e-book. Pergunte-se: o que faria meu público fazer o download ou até mesmo pagar por ele?
É evidente que o e-book precisa fornecer um valor, algo que vá ao auxílio do leitor e ajude-o a resolver um problema. Dessa forma, você precisa pensar nas necessidades atuais do público-alvo. Se o objetivo principal é gerar leads para a equipe de vendas, então o e-book precisa mesmo abordar um tópico relacionado ao que você quer vender.
Normalmente, os assuntos que geram interesse são os que você já trata no seu blog ou site. O e-book fornece um meio de você aprofundar o assunto, de entregar um conteúdo incrível e muito bem detalhado, que explore cada ponto do assunto de um modo que o blog não permite.
Outro ponto a ser esclarecido é que não existem barreiras para os temas tratados. O que mais importa, na verdade, é a abordagem. O que você vai entregar de novo? O que fará com que o público baixe o seu e-book ao invés de continuar pesquisando na internet? Faça essas perguntas para si mesmo e logo você terá tudo claro na mente.
2. A abordagem
A abordagem vai pôr em prática o seu objetivo. É por meio dela que você irá apresentar o conteúdo do e-book. Se o texto é o corpo, a abordagem é a roupa. Portanto, pergunte-se:
Qual meu objetivo?
Quem vai ler esse e-book?
O que ele procura no e-book?
Quais seus problemas?
A abordagem é fundamental porque há diversas maneiras de tratar um mesmo assunto. Se você vai escrever sobre futebol, por exemplo, poderá abordar de maneira crítica, jornalística, informativa, descritiva. É o mesmo assunto, e às vezes até o mesmo conteúdo, mas a “forma” que você vai dar para o texto definirá praticamente tudo.
Se o seu objetivo é gerar leads, você precisa abordar o texto em formato de “resolução de problemas”. O público-alvo indicará a linguagem que você irá trabalhar, e suas necessidades irão indicar as prioridades do texto.
3. Estrutura de um e-book
Não existe uma fórmula para criar um e-book, por isso a estrutura é bastante variável. Na maioria dos casos, ela se assemelha a estrutura de um livro ficcional, como um romance. Ou seja, precisa ter uma introdução, o conteúdo deve ser dividido em capítulos e precisa ter um final conclusivo.
Para divulgar o e-book de um negócio, é importante que ele tenha um visual bacana. Por isso, é interessante utilizar algumas boas imagens. A organização do conteúdo também precisa fazer sentido, e isso vai além do famoso “começo, meio e fim”. Os capítulos devem estar conectados de maneira harmoniosa.
O mais indicado para um e-book de qualidade com objetivos comerciais é manter a estrutura de cada texto como os posts de um blog. Ou seja, é ideal trabalhar bem os subtítulos e interseções, principalmente se o público-alvo é o mesmo leitor do site. Nesse caso até manter o mesmo layout é interessante.
O leitor deve entender rapidamente e claramente a ordem dos assuntos tratados no e-book. Portanto, não é possível falar sobre as funções de uma ferramenta sem antes explicar o que é essa ferramenta e o que ela faz.
Parece claro, mas na hora de organizar o conteúdo surgem muitas dúvidas sobre “o que vem antes do quê”. Nessas horas é fundamental pensar como um leitor.
Por fim, é interessante que o e-book de qualidade possua um sumário, para ser colocado logo no começo. Ele vai dar uma visão geral do que o leitor vai encontrar no e-book, além de facilitar para ele quando precisar encontrar um trecho específico.
4. Selecionando os conteúdos
Você já pensou na estrutura, agora é hora de partir para a estratégia de organização dos assuntos. Essa parte envolve todo o conteúdo que você vai abordar, mas podemos dividir em três partes para ficar mais claro para você:
4.1. Introdução
A sua introdução indicará o que o leitor irá encontrar no e-book. Aqui você pode ser direto, por exemplo:
Resolvi escrever esse e-book porque…
Nesse e-book você vai descobrir…
O importante é apresentar a obra e explicar o porquê.
4.2. Conteúdo dos capítulos
Muitos criadores de conteúdo afirmam que um e-book nada mais é que uma coleção de vários posts de um blog. Você pode pensar dessa maneira. Mas se o objetivo aqui é entregar algo minimamente profissional, é preciso entender que esses posts de alguma forma devem estar conectados.
A leitura precisa fluir, então um capítulo deve “chamar o outro”. Ao finalizar a leitura de uma seção, a outra deve vir conectada de maneira suave, como lenços que você tira de uma caixa de papel.
4.3. Conclusão
Você sabe o que é uma conclusão, mas sabe escrevê-la? Podemos dizer que a conclusão retoma os pontos mais importantes abordados no texto em um breve resumo. Em seguida “conecta” as pontas, ou seja, posiciona-se sobre o tema em questão.
Uma conclusão sempre haverá as palavras como, portanto, por isso, então, dessa forma, sendo assim, concluímos, etc. Ah, e você pode escrever “conclusão” ou não. O título da última parte não importa, e sim o conteúdo, que deve ser conclusivo.
5. Edição e correção gramatical
Um dos entraves para quem não é profissional da escrita é o texto. Não basta saber o que será dito, é preciso ter a técnica adequada para entregar um bom conteúdo ao leitor. Lembremos que quem lê um e-book costuma ler outras coisas, como livros físicos e revistas. Por isso, ele consegue identificar qualidade.
Evidentemente, é bem possível contratar um redator ou uma empresa que disponibilize o texto pronto. Mas vale a pena assinalar o que é fundamental em um texto de qualidade, para que você saiba o que deve checar na revisão final do texto.
5.1. Ortografia
O aspecto mais evidente de um texto é a ortografia. Mesmo quem não é profissional saberá identificar erros. Por isso, ler o texto nunca é demais. Até profissionais erram, por isso a releitura é fundamental. Caso a ortografia não seja o seu forte, utilize ferramentas digitais, há uma porção delas na internet que são gratuitas.
5.2. Clareza
A clareza é um dos aspectos mais importantes em qualquer tipo de escrita. É um dos fatores o que diferenciam um bom de um mau escritor. Quando falamos de comunicação e marketing, essa clareza é ainda mais exigida. Afinal, queremos nos comunicar com um público com o objetivo de criar uma conexão, e não apenas de informá-lo ou dar ideias para ele.
Por isso, o texto precisa ser claro até para uma criança. As frases não podem ser dúbias, pois o sentido que você quer passar é um só. É preciso caçar a melhor forma de dizer, sem que o público possa se enganar.
5.3. Concisão
Concisão é o ato de dizer apenas o que precisa ser dito, sem utilizar acréscimos desnecessários no texto. É outro pilar da boa escrita. Um texto conciso consegue expressar a totalidade da mensagem de maneira direta, simples e rápida, sem enrolação.
A concisão sempre foi fundamental, mas hoje sua força é ainda mais importante num mundo em que as pessoas não querem perder tempo. É preciso facilitar a transmissão de conhecimento, dizendo estritamente o necessário.
5.4. Coerência e coesão
A dupla coerência e coesão é outra responsável pela qualidade de um texto. A coerência é a capacidade de conectar de modo lógico as diferentes ideias apresentadas pelo autor. Se você lê um texto que logo no começo o autor afirma ser alto, e logo à frente fala sobre as dificuldades de ser baixo, falta coerência.
A coesão, por sua vez, é a capacidade de conectar as frases e elementos do texto, de modo a guiar o leitor dentro de um esquema lógico. Ela assegura a interpretação correta do leitor através de conexões harmoniosas. Veja o exemplo de falta de coesão:
Ontem choveu muito. Hoje não choveu muito.
Agora com coesão:
Ontem choveu muito, hoje não.
5.5. Objetividade
Objetividade, como você deve saber, é o famoso “ir direto ao assunto”. Mas não se restringe a isso. Ser objetivo no texto é dizer com sobriedade, sem ser muito extenso ou prolixo. É preciso se desvencilhar de clichês e chavões, essas frases batidas que não colaboram para a qualidade do texto. Exemplos:
• Antes de mais nada;
• Chave de ouro;
• Luz no fim do túnel;
• Nos dias de hoje.
Existem centenas de lugares-comuns como esse, evite-os.
6. Design
Dizem “não julgue o livro pela capa”, mas qualquer designer experiente sabe que essa ideia é bonitinha, mas irreal. É da natureza humana formular conclusões com base no que vê. Por isso é tão importante caprichar no design.
Capriche no visual das imagens. Aposte em gráficos, ilustrações, tudo o que auxiliar o conteúdo. Um visual incrível pode ser o toque final, a roupa que faltava.
As fontes precisam ser legíveis e condizentes com o conteúdo. Se o assunto é sério, nada de usar comic sans. Se possui dúvidas sobre elas, é melhor utilizar as tradicionais, como o Arial, do que tentar inovar.
Cores. Se o e-book estiver relacionado ao seu negócio, é imprescindível utilizar as cores da marca. Sempre tornando o conteúdo legível, porque o objetivo aqui é facilitar a leitura, e não estampar o logo na cara do leitor.
Algumas regras de design que vão ajudar:
• Espaçamento entre as letras deve ser uniforme.
• O alinhamento à esquerda favorece a leitura.
• A legibilidade deve vir antes da estética.
• Margens dão folga ao olho, facilitando a leitura.
• Hierarquia: o mais importante vem em tamanho maior e, se possível, antes.
• Cores que combinem e façam sentido.
• Fontes consistentes, que combinem.
Essas regras já dão uma ideia da estética que você deve manter, mas se nunca esqueça de que a ajuda profissional é sempre bem-vinda e preferível. Você pode contratar um designer ou baixar um template pronto na internet.
7. Formatação
Formatar é preparar tudo o que foi feito para a versão final. Nessa etapa vale mais uma lida no conteúdo, observando se a linguagem está adequada. O uso das palavras-chaves está bom? O título é chamativo? Os leitores terão entendido ao final da leitura?
O texto também pode ser formatado com marcadores, negrito, itálico, bullet points, citações em tamanho maior. Qualquer item que facilite a leitura e evidencie as partes mais importantes.
Feito isso, você precisa pensar no formato final. Um e-book de qualidade não pode ser editável, então nada de divulgar em formato DOC. O mais comum e desejável é o formato PDF (Portable Document Format), que pode ser aberto em qualquer navegador, aplicativos de leitura e até em leitores digitais.
Os programas de edição também permitem salvar nesse formato, o que facilita o seu trabalho. Caso seu editor não permita, há diversos conversores na internet.
Outro formato comum é o EPUB (Eletronic Publication), feito para leitores digitais e bastante flexível, que pode ser adaptado para os mais variados dispositivos.
Divulgue!
Depois de ter passado por essa jornada, você terá seu e-book de qualidade pronto para ser divulgado. Crie a melhor estratégia de divulgação, colocando-o onde seu público vai encontrá-lo. Existem muitas formas de divulgar seu e-book, mas essa é outra história.
Depois de pronto você vai perceber que construir um e-book de qualidade depende apenas de um bom conteúdo e da habilidade para embrulhar esse conteúdo. E, com o tempo, você será um mestre em fazer e-books. Então agora é hora de começar, que tal abrir o editor de texto e começar a escrever?
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